Manifesto da Bancada Feminista do PSOL, candidatura coletiva à vereança em São Paulo com as cocandidatas: Silvia Ferraro, Paula Nunes, Carolina Iara, Dafne Sena e Natalia Chaves
SOMOS UM PAÍS GOVERNADO PELO CAOS
O Brasil vive um momento dramático. Passamos de mais de 100 mil mortes por Covid-19 e já atingimos mais de 13% de desemprego, ou seja, mais de 18 milhões de pessoas sem trabalho. Bolsonaro tenta confundir e amedrontar o povo para defender os ricos e aumentar os privilégios da cúpula militar. Mais do que isso, busca reduzir as liberdades democráticas para passar a boiada de retrocessos e entregar a Amazônia e as terras indígenas e quilombolas ao capital privado. É urgente defendermos a ciência dos ataques que tem sofrido. É preciso enfrentar o bolsonarismo nas ruas e nas urnas, pois o projeto da extrema direita é o genocídio de nosso povo.
SOMOS A CAPITAL DA DESIGUALDADE
A pandemia da Covid-19 em São Paulo mostrou que é a desigualdade social que fez tanta gente morrer. Aqui, o maior grupo de risco é a população pobre e preta. Em nossa cidade, nunca houve uma quarentena total, nem um plano de emergência para o transporte coletivo, tampouco um programa de renda básica complementar. Ao contrário, as elites aproveitaram a epidemia para demitir, precarizar, retirar direitos e diminuir salários. Nos encontramos imobilizades pela chantagem entre trabalhar em condições que colocam nossas vidas em risco ou perder o sustento de nossas famílias. Quem trabalha nos serviços essenciais não conta com equipamentos de proteção adequados. Os governos do PSDB ergueram a maioria dos hospitais de campanha nas regiões centrais, enquanto o novo coronavírus se espalhava pelas periferias. Agora, querem voltar às aulas presenciais, ameaçando a vida de toda a comunidade escolar. Para nós, a vida deve estar acima do lucro.
SOMOS AS PRINCIPAIS VÍTIMAS DA CRISE
Nós mulheres, prioritariamente as negras, estamos na linha de frente do combate à epidemia. Recai sobre nós as funções de cuidado dentro e fora de casa. Somos as mães, enfermeiras, empregadas domésticas – aquelas que não pararam de trabalhar para tratar da saúde e da casa de terceiros. Os índices de violência doméstica cresceram com o isolamento social. Pela falta de assistência e emprego, somos levadas ao trabalho sexual, sobretudo as travestis, que também são alvos da violência: 89 pessoas trans foram assassinadas no Brasil no primeiro semestre de 2020. Temos nossas vidas interrompidas quando nós e nossos filhos somos vítimas da polícia racista, que segue promovendo o genocídio do povo negro nas periferias. Os assassinatos cometidos pela PM na cidade de São Paulo aumentaram em 34% entre janeiro e maio deste ano. Somos despejadas por aluguéis vencidos, pelas remoções forçadas em ocupações, pelas enchentes em nossas favelas. Agora, até o nosso mínimo direito ao aborto legal em casos de estupro está ameaçado. É necessário uma alternativa política que priorize a defesa dos direitos das mulheres. Nenhuma fica para trás!
SOMOS RESISTÊNCIA
Por tudo isso, as mulheres são as protagonistas da resistência ao neoliberalismo e ao neofascismo brasileiro (o bolsonarismo). A coragem de Marielle Franco e de milhares de mulheres que gritaram #EleNão nos inspira a seguir em frente contra o conservadorismo e a retirada de direitos sociais que nos atinge. Temos como exemplos as herdeiras norte-americanas de Angela Davis, que tomaram as ruas para dizer Black Lives Matter, e também nossas hermanas, aquelas que lutaram por direitos reprodutivos na Argentina, que foram pontas de lança das revoltas populares no Equador e no Chile e estiveram na primeira trincheira contra o golpe na Bolívia. Nessa luta, é preciso dar voz às mulheres mais marginalizadas: as negras, as indígenas, as mulheres em situação de rua, as imigrantes, as encarceradas e as mães, irmãs e filhas de encarcerados.
SOMOS MULHERES OCUPANDO A POLÍTICA
Os espaços de poder sempre foram ocupados por homens representando os interesses do empresariado. Na Câmara Municipal de São Paulo, 78% des vereadorus são brancos, 80% são homens, 40% são milionários, não há nenhuma pessoa trans. Esse é o retrato de quem vive em nossa cidade? Chegou a hora de nos unirmos em torno do único projeto que pode possibilitar uma vida digna: um programa para e pelos 99% que vivem do seu trabalho na maior cidade da América do Sul. Apostamos no PSOL como uma alternativa para construir um projeto de esquerda anticapitalista, o qual será protagonizado por Guilherme Boulos e Luiza Erundina em 2020, que formam nossa candidatura à prefeitura da capital paulista.
SOMOS FEMINISTAS PARA A MAIORIA
Apresentamos um projeto de candidatura feminista à vereança em São Paulo pautado no ecossocialismo e em defesa dos interesses da classe trabalhadora, em especial das mulheres negras, mães, LBTQIA+, jovens e daquelas mais vulnerabilizadas diante das estruturas do Estado. Nosso feminismo assume globalmente a luta contra o capitalismo, esse sistema que nos desvaloriza para que o 1% dos mais ricos aumente seus lucros. Um feminismo que, por isso, liberta não só as mulheres, mas também os homens. Nosso horizonte é uma vida em que a preocupação pela sobrevivência de amanhã e o medo de morrer hoje darão lugar à liberdade do acesso aos bens comuns, do equilíbrio ecológico e da justiça social.
SOMOS PELA COLETIVIDADE
Entendemos a candidatura coletiva como uma ruptura com o modelo personalista e messiânico de fazer política. Nossa unidade e nossa diversidade são parte da mesma esperança que nos move. Encampamos um programa político popular que luta em favor de todes: um feminismo anticapitalista, trans-inclusivo, antirracista, combatente à LGBTfobia, ao capacitismo e ao etarismo. Por isso, pretendemos na composição dessa candidatura a expressão das lutas em nossos corpos: mulheres mães, negras, trabalhadoras, trans.
Somos sementes
Nossa candidatura deseja semear a ideia de que é possível lutar por outra cidade, sem desigualdades e opressão. Para isso, buscaremos apresentar à população um programa de ruptura com o modelo atual e queremos contar com a sua colaboração para construir as nossas propostas. É por tudo isso que convidamos você para estar conosco nessa caminhada. Ela é o lugar onde cabem os 99% que constroem São Paulo cotidianamente. Assine nosso manifesto e faça parte desse movimento!
Esta é uma campanha coletiva e nossa força está nas pessoas de carne e osso. Precisamos de você para vencermos os robôs! Para assinar o manifesto e contribuir com a candidatura coletiva da Bancada Feminista do PSOL pedimos que preencha os dados abaixo. Coloque seu endereço e se torne um ponto de apoio da campanha.
(Divulgaremos apenas os nomes das pessoas que assinaram o manifesto. Os outros dados ficarão bem guardados com nossa equipe).
Advogada criminalista, mãe do Martin e autista com diagnóstico tardio. Militante ecossocialista e parte da coordenação da Frente São Paulo Pela Vida. Participou da resistência popular contra as revisões do Plano Diretor e da Lei de Zoneamento da cidade. Desde 2021, é covereadora da Bancada Feminista do PSOL.
Ativista em defesa da educação pública, professora de História da rede municipal de ensino e mãe da Victoria. Iniciou sua atuação política na luta contra a ditadura militar, participando da Pastoral da Juventude e do movimento estudantil secundarista. Candidata ao Senado em 2018 e, desde 2021, covereadora da Bancada Feminista do PSOL.
Professora, sindicalista e sambista nas horas vagas! Nasceu no bairro da Penha, Zona Leste de São Paulo. Filha de um gráfico e uma tecelã, trabalhou no comércio, em supermercado, em telemarketing e como professora nas redes estadual e municipal de SP. Desde 2008, leciona língua Portuguesa e Literatura no Centro Paula Souza na Etec Prof. Aprígio Gonzaga e na Etec Tereza Nunes. É mestra em Estudos Literários pela Unesp Araraquara. Possui experiência nas lutas em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade. Foi diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE), gestão 2001-2003. Participou da Executiva da Apeoesp de Guarulhos e do Conselho Geral do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais de Educação do Município de SP). Atualmente, é representante da Etec Prof° Aprígio Gonzaga no Conselho de Base do Sinteps.
Covereadora da Câmara Municipal de São Paulo com a Bancada Feminista PSOL. Ativista do movimento de juventude Afronte e do movimento negro desde 2012. Participa da Marcha de Mulheres Negras de São Paulo e ajudou a construir diversos outros grupos de combate ao racismo na cidade, como a Coalizão Negra por Direitos e o Comitê Contra o Genocídio da Juventude Negra. É advogada criminalista e defensora de direitos humanos, tendo a segurança pública como uma de suas principais pautas. Antes disso, integrou a gestão do Centro Acadêmico 22 de agosto na PUC/SP.
Covereadora pela Bancada Feminista do PSOL na Câmara Municipal de São Paulo. Professora de História da rede municipal de ensino, mãe e ativista da frente Povo Sem Medo e do movimento feminista. Sua militância política começou já na adolescência, a partir do movimento estudantil, da Pastoral da Juventude e das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Começou a dar aulas na escola pública com 20 anos e, desde então, construiu uma trajetória de luta em defesa da educação. Foi candidata do PSOL ao Senado em 2018, quando obteve mais de 208 mil votos só na capital, a maior votação do partido na cidade. É membra do Diretório Nacional do PSOL.
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Simone Nascimento é Feminista Negra, Jornalista formada na PUC-SP e Mestranda na USP, é membra da Coordenação Estadual do Movimento Negro Unificado São Paulo, ativista da Marcha das Mulheres Negras de São Paulo e Co-Fundadora do RUA - Juventude Anticapitalista. Em 2020 foi candidata do PSOL a vereadora da cidade de São Paulo.
Atualmente, covereadora da Câmara Municipal de São Paulo com a Bancada Feminista PSOL. Ativista do movimento de juventude Afronte e do movimento negro desde 2012. Participa da Marcha de Mulheres Negras de São Paulo e ajudou a construir diversos outros grupos de combate ao racismo na cidade, como a Coalizão Negra por Direitos e o Comitê Contra o Genocídio da Juventude Negra. É advogada criminalista e defensora de direitos humanos, tendo a segurança pública como uma de suas principais pautas. Antes disso, integrou a gestão do Centro Acadêmico 22 de Agosto na PUC/SP.
Militante ecossocialista, bissexual, vegana anticapitalista, educadora e socióloga. Moradora de Mauá, no ABC, foi co-candidata à vereança em Curitiba em 2020. É servidora pública municipal da Educação em Santo André. Já foi educadora social no terceiro setor; trabalhou no Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar do Paraná (CECANE/UFPR) e com mediação de conflitos socioambientais. É ativista no Movimento Antirracista Dandara, do ABC.
Atualmente, covereadora da Câmara Municipal de São Paulo com a Bancada Feminista PSOL. É mulher intersexo, travesti, negra e vive com HIV/aids. Mestranda em Ciências Humanas e Sociais pela Universidade Federal do ABC, pesquisa sobre empregabilidade de pessoas negras que vivem com HIV. É assistente de políticas públicas da Secretaria Municipal de Saúde e militante do Coletivo Loka de Efavirenz, da Rede de Jovens São Paulo Positivo (RJSP+) e da Associação Brasileira Intersexo (ABRAI). Também é escritora e poeta.
CoVereadora da Câmara Municipal de São Paulo com a Bancada Feminista PSOL. Mulher intersexo, travesti, negra e vivendo com HIV/aids. Mestranda em Ciências Humanas e Sociais pela Universidade Federal do ABC, pesquisa sobre empregabilidade de pessoas negras que vivem com HIV. É assistente de políticas públicas da Secretaria Municipal de Saúde, tendo trabalhado 10 anos em hospital público, seja em pronto socorro ou no atendimento a vítimas de violência doméstica. Tem uma trajetória de mais de dez anos nos movimentos de Saúde, pessoas vivendo com HIV/AIDS e das LGBTQIA+.
Covereadora pela Bancada Feminista do PSOL na Câmara Municipal de São Paulo. Militante ecossocialista e pelo veganismo popular. Formada em Letras, é tradutora, tendo contribuído com a Revista Jacobin. Participa do Coletivo Anticapitalista por um Veganismo Acessível e Livre de Opressão (C.A.V.A.L.O.) e da Marcha das Mulheres Negras de São Paulo.